quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Aids E Exercício Físico


Aids é uma doença crôni¬ca, gerando quadros clínicos como: hipotrofia muscular, degeneração do sistema nervoso central, processos malignos e infecções oportunistas(1-3)। O agente etiológico é o HIV (vírus da imunodeficiência humana), que possui as glicoproteínas envoltoras, gp120 e gp41, promovendo a ligação por afinidade com as moléculas CD4+, instaurando, assim, a infecção(2,3). Em seguida, surgem os sintomas iniciais da infecção, os quais são ex¬tremamente comuns às demais doenças, tais como: febre persisten¬te, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, man¬chas na pele e gânglios embaixo do braço, pescoço ou virilha(1,3).


Devido aos sérios problemas e incapacidade que a doença e alguns medicamentos causam (efeitos colaterais), o exercício físico como terapia coadjuvante ganhou muita atenção científica ao longo dos últimos 10 anos.
Com base em diversos estudos científicos (13-26), um programa de atividade física bem orientada traz benefícios aos soropositivos, como: aumento de linfócitos T CD4+, aumento e manutenção do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), aumento da resistência anaeróbia, au¬mento da massa e força muscular, redução do percentual de gordura,
melhora no perfil lipídico, normalização do índice glicêmico, redução dos fatores de risco coronarianos, melhora da autoestima e qualidade de vida. Porém, as respostas desses indivíduos, tanto para os testes de esforço quanto para os treinamentos físicos, são diferenciadas em cada estágio da doença (assintomáticos, sintomáticos e aids)(13).
Prescrição de exercício para indivíduos HIV+Antes de começar a se exercitar, é necessário que o indivíduo so¬ropositivo seja assistido e liberado por um médico. Após a liberação, os testes de esforço deverão ser realizados na presença do mesmo e o programa de treinamento deverá ser supervisionado por um profis¬sional especializado(13,31).
Quanto à elaboração de um programa de atividade física para essa população, diversos fatores devem ser considerados, tais como: me¬dicamentos, sintomas, capacidade funcional e estágio da doença(7). Segundo Perry et al.(13), para HIV+, devem-se prescrever exercícios que englobem tanto componente aeróbio quanto de força, visando melhora da capacidade funcional, aumento da massa magra e força muscular. Além disso, a intensidade de trabalho deve ser moderada, pois o exercício intenso e/ou por períodos prolongados (> 90 minutos) induz supressão aguda no sistema imune, tornando-o mais suscetível ao surgimento de infecções oportunistas(7,13).

Maiores Informações Consultar:
Benefícios do treinamento aeróbio e/ou resistido em indivíduos HIV+: Uma Revisão Sistemática
Benefits of Aerobic and/or Resistance Training in HIV-Positive Patients:ASystematic Review
Hugo Fábio Souza1
Débora Cristina Marques2
Rev Bras Med Esporte – Vol. 15, No 6 – Nov/Dez, 2009