domingo, 28 de março de 2010

Creatina

Suplementação de Creatina: é Necessário Realizar a Saturação Para Obter Resultados?




Substâncias que podem melhorar a capacidade de um indivíduo de realizar trabalho são definidas como recursos ergogênicos (WILLIAMS, 1983). A utilização de recursos ergogênicos tem a função de aumentar o desempenho, a eficiência de realizar trabalhos e a habilidade de recuperação e de promover aceleração das adaptações ao treinamento (LEUTHOLTZ; KREIDER, 2001; KREIDER, 2003). Dentre os vários tipos de recursos ergogênicos, a creatina (Cr) é utilizada com o objetivo de aumentar o desempenho físico e a massa corporal, auxiliar na recuperação de atletas praticantes de modalidades de força e velocidade e retardar o processo de fadiga (WILLIAMS; BRANCH, 1998).

Os aumentos na massa corporal por meio da suplementação de creatina relatados na literatura são de 1 a 2 quilogramas (TERJUNG et al., 2000; VAN LOON et al., 2003). Esse aumento da massa corporal pode ser explicado pela retenção hídrica (HULTMAN et al. 1996), e também pela melhora do balanço nitrogenado a longo prazo observada em levantadores de peso (ZIEGENFUSS et al., 1997). Deste modo, o uso da creatina como recurso ergogênico exibe aumentos da força muscular e massa corporal.

Os protocolos de suplementação de creatina são muito variados e podem ser divididos em fase de sobrecarga ou saturação (20 g/dia nos primeiros 5 a 7 dias) e fase de manutenção (5g/dia) (BECQUE ET al., 2000); no entanto, é necessário elucidar a influência da suplementação de creatina apenas com a dose de manutenção (5g/dia) em comparação com o uso associado da dose de saturação.

Cavaglieri e colaboradores em 2009, realizaram um estudo com 27 homens, com idade média de 22,6 sendo que o objetivo deste estudo foi comparar os efeitos associados da suplementação de creatina com ou sem saturação e treinamento de força sobre a composição corporal e níveis de força máxima em praticantes de treinamento de força.

RESULTADOS

As variáveis massa corporal, massa magra, massa gorda e percentual de gordura não apresentaram alterações significativas entre os valores pré- e pós-treinamento.
A suplementação de creatina com ou sem saturação associada ao treinamento de força e o treinamento sem suplementação induziram aumentos percentuais na força máxima dos membros superiores e inferiores, assim como na massa corporal e massa magra, após oito semanas. Neste estudo não houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis de composição corporal e força entre os grupos para os valores pós-treinamento.

Embora estatisticamente não tenha ocorrido diferenças entre os grupos pesquisados, o aumento médio da massa corporal no grupo PLACEBO SEM CREATINA foi de 1,4 Kg, já no CREATINA COM SATURACÃO foi de 2,3kg e no grupo CREATINA SEM SATURACÃO o aumento médio foi de 2 kg. Em outro estudo Wilder et al.(2001), também não observaram diferenças estatísticas na massa corporal e na massa magra nos grupos suplementados com e sem saturação.

CONCLUSÃO:

Como citado anteriormente: Os protocolos de suplementação de creatina são muito variados e podem ser divididos em fase de sobrecarga ou saturação (20 g/dia nos primeiros 5 a 7 dias) e fase de manutenção (5g/dia) (BECQUE ET al., 2000. Se levarmos em conta um frasco de 300 gramas de creatina, e que no processo de saturação de 5 dias teremos consumido 100 gramas do produto e restará 200 gramas que dividido por 5g/dia, teremos creatina por mais 40 dias, já sem a saturação 300 gramas dividido por 5g/dia é igual 60 dias de suplementação.
Obviamente que necessitamos de mais pesquisas, porém fica uma dúvida: será necessário realmente a saturação, ou é apenas uma forma das empresas aumentarem seu lucro?
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