sexta-feira, 4 de junho de 2010

REDUÇÃO DA GORDURA CORPORAL



REDUÇÃO DA GORDURA CORPORAL
Atletas, principalmente de culturismo, e pessoas fisicamente ativas geralmente procuram manter um percentual baixo de gordura corporal, seja com o objetivo de melhorar o desempenho físico ou apenas para o bem estar físico e mental. Estudos comprovam que as proteínas do soro favorecem o processo de redução da gordura corporal (Haraguchi, Abreu e De Paula, 2006; Maestá e Colaboradores, 2000).
Conforme Hall e Colaboradores citados por Haraguchi, Abreu e De Paula (2006), foi demonstrado que quando voluntários ingeriam proteínas do soro de leite 90 minutos antes das refeições, apresentavam uma redução significativa do apetite, com isso diminuía a ingestão energética e se sentiam saciados. Essa percepção, apesar de subjetiva, estava relacionada às maiores concentrações sanguíneas de CCK (colecistoquinina) e do peptídeo similar ao glucagon (GLP-1), hormônios intestinais supressores do apetite, geradas pela ingestão da solução contendo as proteínas do soro. Esse resultado foi comparado à ingestão de caseína, que não proporcionou o mesmo efeito.
O whey protein ainda apresenta outra vantagem sobre a redução de gordura corporal, que é o fato de ser rico em cálcio. Quando aumentado na dieta, o cálcio reduz as concentrações de hormônios calcitrópicos, que, em altas concentrações, estimula a transferência de cálcio para os adipócitos, o que proporciona lipogênese e redução da lipólise. Portanto, a supressão dos hormônios calcitrópicos, mediada pelo cálcio dietético, pode ajudar a reduzir a deposição de gorduras nos tecidos adiposos (Zemel citado por Haraguchi, Abreu e De Paula, 2006).

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 3. n. 16. p. 295-304. Julho/Agosto. 2009. ISSN 1981-9927. 300 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN 1981-9927 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ens ino em Fisiologia do Exercício w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b n e . c o m . b r

INGESTÃO PROTÉICA







PROBLEMAS RELATIVOS AO USO DE SUPLEMENTOS OU EXCESSO DE INGESTÃO PROTÉICA

De acordo com Pereira, Lajolo e Hirschbruch citados por Kantikas (2007), consumir suplementos nutricionais com o objetivo de melhorar o desempenho, aumentar a massa muscular, entre outros motivos, tornou-se hábito entre praticantes de atividades físicas em academias, com ênfase para os praticantes de musculação. Ocorre que nem sempre se procura profissionais da área de nutrição para orientação e acompanhamento, sendo que o mais comum são indicações variadas, ou mesmo a simples procura na internet ou em lojas de suplementos. Se esta prática é decidida e feita por conta própria, os consumidores não levam em conta as possibilidades, por exemplo, do aparecimento de problemas hepáticos e renais.Magnoni e Cukier citados por Kantikas (2007) afirmam que a orientação dietética individualizada é defendida por nutricionistas a fim de se obter refeições adequadas e equilibradas, somando-se a prática da atividade física também orientada (Ressaltamos que a prescrição de exercícios físicos deve ser efetuada sempre por Profissionais de Educação Física) e regular, pois tais ações podem levar a resultados satisfatórios sob vários aspectos. A falta de informação e a influência de produtos “mágicos” que prometem maior rendimento levam a um extremismo dietético prejudicial ao treinamento e aos resultados esperados pelos praticantes de musculação.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO



30/05/2010 19:00Júlio César Di Giorigo comenta: Prezado Mauriti M।C. Junior.Gostei muito da explicação e realmente era isso que eu esperava. Quando orientamos nossos alunos a fazer 3 séries de 15 repetições estamos tratando do sistema glicolítico lático? E quando trabalhamos força e orientamos a fazer 3 x 6 ou 8 estamos no ATP-CP? Acho que era isso que eu gostaria de relacionar.Agradeço deste já sua orientação e muito obrigado pela atenção.
Olá desculpe pela demora na resposta।Depende do tempo que seu aluno leva para realizar a série vejamos:Nos primeiros 10 a 15 segundos estamos no sistema ATP-CP। Dos 15 até 45 segundos sistema Glicolítico lático e após começamos a entra no sistema aeróbio। Como citado anteriormente, temos a predominância de um determinado sistema.Nos dois casos que você citou, se o seu aluno realizar cada repetiçâo com média de duração de 3 segundos, 15 x 3 = 45 segundos e 6 x 3 = 18 segundos. Inicia no ATP-CP e termina em ambos no anaeróbio lático.Segue mais alguns dados:A forma de energia química utilizável pelas fibras musculares durante as atividades físicas é o ATP; sendo este o componente básico para a contração muscular.Em condições ideais de trabalho mecânico, os músculos são capazes de transformar 25% da energia mobilizada em trabalho e os 75% restantes são dissipados na forma de calor. São três as vias de transformação da energia química estocada para utilização pelo trabalho muscular:1 – Reservas do sistema ATP – CP2 – Glicólise (Metabolismo anaeróbico)3 – Metabolismo oxidativo (Metabolismo aeróbico)
Sistema ATP – CP (anaeróbico alático)
Ao iniciar um exercício, o organismo primeiramente lança mão da energia mais prontamente disponível, que provém do ATP – CP ou sistema adenosina trifosfato – fosfocreatina. Essa fonte energética, embora bastante limitada, não é dependente da presença do oxigênio e nem produz lactato e, portanto, é denominada via anaeróbica alática.Como referido acima, o estoque de ATP – CP disponível está limitado, sendo que a quantidade celular disponível de ATP é de aproximadamente 2,43 mmol/100g de tecido seco, o que permite que uma atividade de alta intensidade dure apenas 2 segundos às custas desse substrato. Entra então em ação a fosfocretatina (CP) (disponível em torno de 6,78 mmol/kg de tecido seco) que é consumida em aproximadamente 0,10 segundo de exercício.Nesse mecanismo, é ativada a enzima responsável pela “quebra” da fosfocreatina, trata-se da creatinafosfoquinase (CPK). Essa “quebra” é responsável pela liberação da energia utilizada na ressíntese do ATP que serviu de substrato energético para a atividade. Por isso a disponibilidade de fosfocreatina é muito importante nas atividades anaeróbicas aláticas, ou seja, atividades que demandem energia rapidamente e com curta duração, como é o caso das corridas de 100 metros rasos, o levantamento de pesos e salto em altura, entre outras.Entre as características desse sistema, destacamos: alta potência, e baixa capacidade, o que quer dizer que ocorre liberação de grande quantidade de energia em um curto espaço de tempo, com baixa quantidade total de trabalho em duração prolongada।
Metabolismo glicolítico (anaeróbico lático)
Nessa via metabólica, ocorre liberação de energia para o trabalho muscular a partir da quebra do glicogênio estocado, passando a liberar a glicose-6-fosfato para ser utilizada como substrato energético.A enzima responsável por essa quebra é a fosfofrutoquinase, que está envolvida em uma série de reações responsáveis pela produção de ácido pirúvico.Em condições de reduzidas taxas de oxigênio disponível no músculo, esse ácido pirúvico será metabolizado formando duas unidades de ATP e ácido lático, sendo esta via conhecida como anaeróbica lática, por ser realizada em situações de baixos teores de oxigênio e pela formação de lactato.Este sistema opera predominante até aproximadamente 30 a 40 segundos de exercício intenso, sendo sua contribuição fundamental para eventos como corridas de 400m ou provas de 100m nos diferentes estilos de natação।Comparado ao sistema ATP – CP, o processo glicolítico é de menor potência e de maior capacidade।Sistema oxidativo (Metabolismo aeróbico)Já na presença de oxigênio, o ácido pirúvico formado pela glicose vai até Acetil-coenzima A, que por meio das etapas do ciclo de Krebs, ou do ácido cítrico, dará origem a 38 moléculas de ATP, água e gás carbônico. Por utilizar oxigênio, esta via é denominada aeróbica (ou metabolismo aeróbico).Esse sistema é de capacidade ilimitada e, em termos de potência, produz 18 vezes mais ATP que o sistema anaeróbico lático, antes comentado.Em condições de repouso, o organismo exige um certo nível de consumo de oxigênio para manter suas reações vitais que poderiam ser chamadas de nível x. Iniciada uma atividade física qualquer, como, por exemplo, subir e descer um degrau, as necessidades do organismo aumentam, exigindo um nível de oxigênio maior, que poderia ser chamado de nível Y. No entanto, entre o início do exercício até o momento em que se atinge o consumo de oxigênio (VO2) de nível Y, decorre um intervalo de 3 a 5 minutos em que o organismo contrai uma dívida de oxigênio denominada déficit de oxigênio.Terminado o exercício, as necessidades energéticas do organismo voltam praticamente ao nível de repouso, mas, o organismo mantém índices metabólicos superiores necessários para que pague aquela dívida (déficit em O2) contraída, fase esta chamada também de “Débito de oxigênio”. O Débito de oxigênio é, no entanto, maior que o déficit, uma vez que nesta fase de recuperação o organismo ainda deve arcar com a energia para ventilação e para eliminação de calor, entre outros fatores.Então, quando um atleta está envolvido em uma atividade física de curtíssima duração, como corridas de 50 a 100m, tem como fonte principal de energia o sistema ATP-CP ou o metabolismo anaeróbico alático. Já em provas curtas como corridas de 250 a 300m, com duração aproximada de 40 segundos, a energia produzida é função principalmente do sistema do ácido lático. Já nas competições que possuem uma duração superior a 3 minutos, como as maratonas e corridas de fundo, a energia provém principalmente do sistema aeróbico।
Alático Fosfocreatina Limitada 0-10 segundos– corridas de 50 – 100m- Natação 25m- Saltos em altura- Levantamento e arremesso de peso, डिस्को
Sistema Lático Glicogênio 20 – 90 segundos- Corridas de 100, 400, 800m-
AeróbicoSistema oxidativo Glicogênio; Lipídeos A partir de 3 minutos- maratona- corridas de fundo- eventos de longa

Os dados citados são dos autores:Victor K. R. Matsudo, Glaucia F. Braggion, Sandra M. M. Matsudo, Timóteo L. Araújo

domingo, 30 de maio de 2010

NÚMERO DE REPETIÇÕES E SISTEMAS ENERGÉTICOS


Pergunta enviada em 29/05/2010 21:48 por Júlio César Di Giorigo

TÍTULO: Repetições na musculação
Qual a relação entre o número de repetições na musculação e as rotas metabólicas de fornecimento de energia?

Abraços


Júlio César não sei se entendi perfeitamente seu questionamento, mas vamos a resposta.
No nosso corpo a moeda corrente para qualquer atividade muscular chama - se ATP, ou seja, qualquer tipo de exercício que eu for realizar será "pago" em ATP, e do mesmo modo que na nossa vida temos que trabalhar para conseguir dinheiro, o nosso corpo também tem as suas maneiras de conseguir os seus ATPs.
Os sistemas se diferem consideravelmente em complexidade, regulação, capacidade, força e tipos de exercícios para cada um dos sistemas de energia predominantes. Cada um é utilizado de acordo com a intensidade e duração dos exercícios. Eles são classificados em: ATP- CP , Sistema Glicolítico (Lático e Alático) e o Oxidativo (Aeróbico).

ATP-CPPodendo se assumir que o sistema ATP-CP supriria a energia de no máximo 15-20 segundos para os exercícios de curta duração como sprints, lançamentos, chutes,etc... e de maior duração 30-45 segundos, como corridas de 100 e 200 m., provas de natação de 50 m. , saltos de grande amplitude e levantamento de peso( levantamento olímpico, básico). Este sistema tem predominantemente o uso de carboidratos, gorduras e proteínas.

GLICOLÍTICO ( Lático e Alático )
O sistema ácido lático também proporciona uma fonte rápida de energia, a glicose. Ele é a primeira fonte para sustentar exercícios de alta intensidade . O principal fator limitante na capacidade do sistema não é a depleção de energia mas o acúmulo de lactato no sangue. A maior capacidade de resistência ao ácido lático de um indivíduo é determinado pela habilidade de tolerar esse ácido.
Este sistema proporciona energia para atividades físicas que resultem em fadiga de 45 -90 segundos. Tendo como exemplo atividades tipo: corridas de 400-800 m. , provas de natação de 100-200 m., também proporcionando energia para piques de alta intensidade no futebol, róquei no gelo, basquetebol, voleibol, tênis, badmington e outros esportes. O denominador comum dessas atividades é a sustentação de esforço de alta intensidade com duração de 1-2 minutos. A principal fonte de energia desse sistema é o carboidrato (McARDLE et alii, 1992 ) .

AERÓBICO
O sistema aeróbico é um complexo de vários componentes diferentes. Por causa de sua habilidade de utilizar carboidratos, gorduras e proteínas como fonte de energia e porque produz somente o CO2 e água como produto final , esse sistema tem capacidade ilimitada de produzir ATP. Sua complexidade e necessidade por constante suprimento de O² é que limita a produção de ATP .
Esse sistema fornece energia para exercícios de intensidade baixa para moderada. Fornece energia para atividades como dormir, descançar, sentar,andar e outros.
O tempo que um individuo consegue manter um ou outro sistema também vai depender do nível de condicionamento, pessoas com melhor condicionamento conseguem se manter em um determinado sistema por mais tempo que outras pessoas. Quando a atividade vai se tornando um pouco mais intensa a produção de ATP começa a ficar por parte do sisrtema ácido lático e ATP-CP .
Os melhores exemplos de exercícios que recrutam o sistema aeróbico são: aulas de aeróbica e hidroginástica de 40-60 min., corridas mais longas que 5000 m., natação ( mais que 1500 m.) , ciclismo (mais que 10 km.), caminhada e triathlon. Qualquer atividade sustentada continuamente em um mínimo de 5 min. pode ser considerada como predominantemente aeróbica.

A maioria das séries de musculação está presente no sistema do Ácido Lático. Devemos levar em consideração o tempo de sustentação dos exercícios e a intensidade dos mesmos e lembrar que na maioria dos casos existe predominância de um sistema e não a exclusividade.