domingo, 11 de julho de 2010

hipertensão arterial







A hipertensão arterial (HA) é considerada um dos fatores de risco mais importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, representando no Brasil um dos problemas de saúde pública de maior prevalência na população, capaz de levar a óbito, aproximadamente, 40% dos indivíduos acometidos. O tratamento da HA é realizado por meio de medicamentos e deve estar associado a uma mudança de estilo de vida, como alterações no padrão alimentar e prática regular de exercícios físicos. Sua prevalência varia de acordo com cada pais, podendo ser encontrado valores de 4% na China e mais de 30% nos EUA ( A diferença encontrada entre os países aqui citados ocorre principalmente ao alto consumo de alimentos industrializados e com alto teor de gordura e sódio nos EUA). No Brasil, as taxas variam de 22 a 43%, dependendo da região do pais. Parte considerável dos pacientes hipertensos apresenta comorbidade com diabetes, obesidade e dislipidemia, alem de outros fatores de risco, como sedentarismo e tabagismo.
A hipertensão se torna mais comum com a idade, alcançando cerca de 6% dos indivíduos entre os 18 e 24 anos e cerca de 60% nas pessoas acima de 65 anos.
Grande ênfase tem-se dado às medidas não farmacológicas, dentre elas, vem se destacando a pratica regular de atividades físicas, componente importante na melhoria da qualidade de vida.
Estudos constataram menor morbidade e mortalidade, por doenças do sistema cardiovascular, em indivíduos treinados fisicamente, com benefícios evidentes no subgrupo de hipertensos.
A inatividade física e reconhecidamente um dos mais importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares. O estilo de vida sedentário, o tabagismo, a hipertensão arterial e a dislipidemia compõem situações passiveis de modificação, para um conjunto de doenças cronico-degenerativas consideradas o principal problema de saúde dos tempos atuais. Dados indicam que 20% dos adultos são pouco ativos (apenas uma vez por semana) e somente 8% fazem atividade física regular (três vezes por semana) no Brasil. Isso evidencia a importância que se deve atribuir aos programas de Atividade Física Terapêutica como meio para a abordagem ao hipertenso. O exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas. Ha aumento no debito cardíaco (Débito cardíaco ou Gasto cardíaco é o volume de sangue sendo bombeado pelo coração em um minuto. É igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico), redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade.
Um estudo realizado em Pelotas observou que as principais provas para o diagnostico de HA estavam constituídas da mensuração da PA, exame de urina, creatinina e potássio serico, colesterol total, glicemia em jejum e eletrocardiograma de repouso. Antes de iniciarem programas regulares de exercício físico, os hipertensos devem ser submetidos à avaliação clinica especializada, exame preparticipação e recomendações médicas relacionadas aos exercícios. Hipertensos em estagio 3 só devem iniciar o exercício apos controle da PA.
  • A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os indivíduos hipertensos iniciem programas de exercício físico, desde que submetidos a avaliação clinica previa. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizadas com freqüência cardíaca entre 60% e 80% da máxima ou entre 50% e 70% do consumo Maximo de oxigênio. As variáveis cardiovasculares vêm sendo monitoradas para indicar diretamente o impacto da intensidade de esforço e da modalidade de exercício sobre a taxa de trabalho do miocárdio. A freqüência cardíaca (FC) e PA são as variáveis mais utilizadas, e associadas, fornecem o Duplo produto (DP) que permite avaliar de forma indireta o trabalho do miocárdio. O duplo Produto é obtido pela multiplicação da Freqüência Cardíaca e a Pressão Arterial Sistólica “a mais alta”. O treinamento resistido para hipertensos. Existe na literatura um grande numero de estudos relacionados as respostas cardiovasculares agudas durante exercícios físicos. Eles demonstram que os exercícios resistidos (ER) apresentam menor Duplo produto (DP) do que exercícios aeróbicos ( o motivo pelo qual o Treinamento com Pesos eleva menos o duplo produto é por este ser um exercício não contínuo, ou seja, durante o intervalo recuperativo/pausa entre uma série e outra, tanto a FC como PA diminuem, reduzindo o DP). Farinatti e Assis avaliaram 18 indivíduos em exercícios contra resistência em um, seis e 20 repetições máximas (RM) e um treinamento aeróbico continuo no cicloergometro durante 20 minutos a 75-80% da FC de reserva. Nos ER o maior DP foi registrado em 20RM, seguido de 6RM e finalmente, o de 1RM, registrando o menor valor para o DP ( o que faz com que o DP seja maior nas repetições mais elevadas é o tempo de duração da série, promovendo deste modo uma maior vasoconstrição). Sendo assim, nos ER o aumento do DP ficou mais associado ao numero de repetições do que a carga e no trabalho aeróbio, foi registrado um maior DP quando comparado aos ER। Concluiu-se que os ER, independente da intensidade, impõem uma menor solicitação cardíaca que a atividade aeróbica। De acordo com o Conselho Federal de Educação Física – CONFEF a prescrição de atividades físicas necessita da orientação de um Especialista do Exercício – o Profissional de Educação Física e capacitado para prescrever e orientar sessões de atividades físicas com fins educacionais, de treinamento, de prevenção de doenças e promoção da saúde.
    A Classificação utilizada pela SBC é preconizada na V Diretriz de HAS, esta classificação é idêntica a utilizada no VI JNC americano, é a descrita abaixo.


    Referência Bibliográfica: Nível de conhecimento do Profissional de Educação Física frente a alunos com hipertensão arterial nas academias de ginástica Luciana Zaranza Monteiro,Itana Lisane Spinato,Carlos Antonio Bruno da Silva,Zelia Maria de Sousa Araujo Santos,Renan Magalhaes Montenegro Junior. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2010, 12(4):262-268 OBS: Os dados grifados em azul foram alterações realizadas pelo Professor Personal Júnior.